Tu e eu brincámos ao amor. Pretensiosos, achámos que o saberíamos usar em doses não letais e em estados de latente embriaguez ignorámos o perigo da bioacumulação. Sugámos-lhe o conteúdo, inventando repetidamente a perfeita justificação para o pulsar do desejo. Havia sempre uma origem que eu e tu ansiávamos todos os dias, nos recantos das ruas caladas dos nossos novelos de convictas promessas. E tu nunca me quiseste.
Agora estamos aqui, desfeitos e cansados. Esgotámos, debutámos, enchemos de nada o ego dos nossos sentidos. Agora não sei para onde ir nem o que fazer com isto. Tu nunca me amaste. Eu sequei-te no amor que não havia. Onde foi que quis fechar os olhos?
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