
Um dia aprendo a escrever. Deixo-me de tentativas e aprendo a sério. A ir directamente aos assuntos, a não fugir das palavras – porque é que temos sempre medo do que mais gostamos? Parece-me estúpido, ilógico, ainda assim praticamente inevitável. Deve ser por isso que somos tantas vezes bons a fazer exactamente aquilo de que não gostamos. Damos-lhe pouca importância, desvalorizamo-lo e tornamo-lo, enfim, banal. Depois sugamos-lhe a complexidade e repetimos a tarefa, como quem lava os dentes ou escolhe um bife da prateleira: mecanizado, nem nos aquece nem nos arrefece.
Vou passar a olhar com maior detalhe para o que banalizo. Talvez numa segunda vista de olhos veja. Descubra. Qualquer coisa. E talvez (me) encontre.
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