quarta-feira, 18 de junho de 2008
In conformismo
Lá fora é a vontade deles que impera. Aqui dentro fecho-me, ponho trancas na porta da vida, não quero nada que venha do tudo de nada deles. Prefiro a minha mortal dormência, o estado latente, o estado pendente, o meu estado estático ou estridente. Escolho a minha solidão aparente, enganando-os. São tão fáceis de iludir: um sim é sempre um sim por mais que os meus olhos reflictam, quase em absoluta falta de controlo, a minha vontade de vos esfregar uma bofetada. Ou várias. Porque em assumida convicção quero que se fodam nos vossos pragmatismos e lógicas das coisas. Prefiro a batata no lugar da vossa. Não há moral nenhuma nos passos que dão. Não há dignidade na ausência de escolha, de vontade. Partilho de uma estranha forma de existir que não é só minha, há mais loucos por aí. Não há nada de misterioso na humanidade: a mim fascinam-me os impulsos animais e as necessidades básicas. O absurdo e a decadência humana, a opção pelo ridículo, pelo descontrolo, pelo extremo. É preciso ter a cara no lodo para saber a que sabe por isso não me venham com as histórias inventadas daquilo de que nunca sequer estiverem perto. É na física das coisas que estamos todos, engolidos em destroços que as mentes invadidas por códigos fingem não ver. Há mentiras cuspidas em todas as pedras da calçada, nos saltos dos sapatos que não servem para nada e nelas se afundam. Onde está o pragmatismo da formalidade? Onde estão os brilhantes na luta cega de todos os dias? Não os vejo a lavar as escadas que sobem.
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