quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
parto
domingo, 4 de novembro de 2012
primeiro
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Bílis

Sim, eu sei onde andam os meandros dos meus enganos
Não te iludas, nada disto é um acaso
Os dias que perco, fingindo-me não saber,
são as pedras que guardas no teu saco
É por isso que te cansas de amor
Por isto que me pedes, tão delicadamente quanto o medo que conservas em pó,
que te procure durante a noite e te sugue a alma quando tenho frio
Não sei se te desafio se somente te arrasto
Queria arrancar-te o coração do peito e deixá-lo do meu lado,
ter um caminho suplente
Deixarias, se te pedisse, se supusesses que o quero
Consome-me o teu modo de me olhar
Vou apanhar mais pedras
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Descodificar
Será que perdemos o sinal? Tenho receio que estejamos em comprimentos de onda talvez diferentes, talvez paralelos. O problema do paralelismo é que, entre dois objectos paralelos, em tudo se reflectem semelhanças excepto num único detalhe: no conteúdo. Portanto, se eu e tu gostamos, adoramos, se eu e tu somos loucos e engraçados, não necessariamente gostamos do mesmo ou achamos piada à mesma piada. Ainda assim gosto de te ver rir e acho este fenómeno divertido, coisa que tu, provavelmente, não acharás.
E dito isto talvez vá fazer como te disse há pouco: procurar um descodificador de sinal, ligá-lo às nossas antenas e esperar que elas se sintonizem no mesmo emissor.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
meia dúzia
Um dia saberei o que fazer com o turbilhão. Melhor dizendo, saberei o que escrever sem que ele seja demasiado avassalador, atropelando-me eu pela minha própria vontade de o verbalizar numa tentativa de o tornar imortal. Escrito, em meia dúzia de linhas que, às vezes, de tão indecifráveis, são até impossíveis para mim de entender. É como um chuva tropical, em minutos alaga-me numa brutalidade de milhões de sentidos, milhões de gotas de chuva quente. Depois vão, depois voltam. Balançam-se, embalam-me. Envolvem o mundo numa outra dimensão que eu quero por demais tocar com dedos feitos de pedacinhos. O mais e o menos e eu procurando contrariar a matemática dos átomos, deixando-me ir naquele corredor sem paredes, deixando-me ficar no colo dos tolos. Não estou por aí preocupada na falta de sentido, haverá sempre um norte ou uma outra rosa para inventar.
Dou conta da mudança. Assim, sem nada que não em meia dúzia de linhas. Há por certo do que explorar, internamente, exponencialmente. Haveremos de chegar a um acordo, um consenso de vontades. Deixei de me preocupar.