sábado, 9 de fevereiro de 2008

confissão

Masturbação de sentimentos
Minha estimulação auto-infligida
na busca de solitário prazer mental
Invasão de mãos no corpo
envio de códigos à mente
Respiro mais fundo quanto mais penso
Deixo o amarelo dos desejos criados
espalhar-se nos meus olhos
Neles me sacio,
no murmúrio dos meus pecadores pensamentos
Amanhã procurarão a redenção,
o perdão obtido em confissão fechada
Pecadores pensamentos,
escondem-se em conversas banais
(tão aborrecidas)
Voltam à noite a casa,
bordel da minha alma,
para se perderem na luxúria de desejos proibidos
Comerem em gula,
com as mãos, dedos sujos,
todas as maçãs vermelhas que puderem
Vadios
sem hora nem data

Gatos em telhados espreitando janelas entreabertas
bigodes lambidos em preguiça
Gatos sem dono,
sem destino
Independência exibida em olhares de pupilas inchadas

Sobre o escuro da noite
a ausência de cores foca-me a atenção
Perfis, contornos
Oiço mais, cheiro mais
A preto e branco balanço passos,
ensaio a orquestra do meu respirar
Aguardo que chegues,
quero dar-te a beber dos meus pensamentos
em silencio arrependido
Em falso arrependimento
porque amanhã bebemos mais

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