Localizo a origem precisa do que me dás
posso tocar-lhe porque é concreto
Não pretendo desiludir-te
mas existe um concreto em tudo
A física existe até na química
Poderia roubar-te essa origem,
criar um défice,
criar um balanço desfavorável
que me favorece a mim
Engenho mecanismos de troca
Recebo o teu tudo
dou-te o meu vazio para que o preenchas
Partilha de volumes,
de concentrações limite
que pressionam as paredes do meu cubo
Tenho arestas…
E gosto de coisas redondas
Exponho-me à erosão,
deixo os elementos do mundo
deteriorarem os meus cantos
Espero um dia poder rolar
ganhar aceleração a cada novo terreno percorrido
Fascina-me a orgânica das coisas
as medidas dos sentidos
o calor latente dos teus sonhos
Se partilharmos os nossos iões talvez possamos orbitar em harmonia nesses sonhos
Sem comentários:
Enviar um comentário