Quando o meu comboio passar
não te assustes
não tenhas medo
Ele passa, eu fico
Não lhe atires pedras
Ele passa, não pára
É só comboio de recolha
Se eu estiver distraída quando ele voltar
fecha tu as cancelas por mim
(tenho de me proteger)
Mas não perguntes
Ele faz tanto ruído quando passa
silencia-me
não consigo responder, não sei se consigo ouvir
Ficas do meu lado?
Reconheces os meus olhos tapados de cabelos?
Ajudas-me a remendar carris depois?
Podemos plantar malmequeres do lado de lá
Talvez um dia o comboio pare
E, cansado, por fim descanse no cais terminal
O seu fim não sou eu
Talvez os malmequeres cresçam tanto que as fendas dos carris se deixem de ver
Bem-te-quero
5 comentários:
Que lindo este comboio, li. :-)
Muito bom, às vezes as fendas dos carris não só se escondem como desaparecem..mesmo!
Talvez
um dia
esse dia
(aquele dia)
Obrigada Sinhã.
É como aqueles comboios do interior: só eles nos mostram pedaços escondidos que de outra forma não conseguiríamos ver.
Maria,
Bom ler-te. Bom ler que podem desaparecer. Ficarei satisfeita se se esconderem, ficarei bem se deixarem de existir.
Volta sempre :)
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