segunda-feira, 7 de abril de 2008

L

Deitei-me com a lua
Fiz amor com ela
Com o seu sopro frio
um pó estrelar fez borbulhar as minhas veias
minha circulação tonta, embriagada
fez meus glóbulos brancos dançar tangos com os vermelhos
Mais sentidos sentindo,
minha lua sabe-me tão bem
sabe-me a prata liquida
sabe-me de cor
E os cheiros, mil vapores e dedinhos de odores
minha lua não cheira só a satélites
antes me incendeia em quentes ventos,
desertos de canela em ninhos de pássaros
Minha lua é como um quadro
uma tela que eu pinto com formas e farpas e figos
Como desse quadro,
minha lua alimenta-me da água do rio
Só mais um pouco,
estou quase na outra margem

7 comentários:

R disse...

Nos tempos em que me atrevia a olhar o céu, reconhecia as formas da lua; hoje esqueci-me; mas na verdade faço-me de esquecido; embora que, quando leio estes textos, a sístole abala-me, sobre uma lua esquecida.

12 disse...

recorda, reconhece, recomeça
a tua lua esquecida não se esquece de ti, olha-te enquanto dormes

:)

R disse...

Mas não tenho coragem de a confrontar nos olhos.

12 disse...

não é um confronto é um reencontro
não precisas de coragem nos olhos, só dos olhos (como são) e de a ver (como é)

O Profeta disse...

NO SUBLIME TE LI...

12 disse...

Obrigada Profeta.
Espero que outros meus erros possam vir a ser do teu agrado

Olinda disse...

L de lindo. :-)